O conceito de segurança alimentar surgiu pela primeira vez no fim da Primeira Guerra Mundial e na época foi um termo usado como arma poderosa contra países que não eram capazes de produzir seu próprio alimento.
Mas, com o tempo, esse termo foi se modificando e atualizando e atualmente, segurança alimentar é definida como o direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, tendo como base as práticas alimentares promotoras de saúde, que respeitem a diversidade cultural, além de serem social, econômica e ambientalmente sustentáveis, isso, de acordo com um documento aprovado na II Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, e incorporado na Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (Lei n° 11.346, de 15 de setembro de 2006).
Em vista disso, esse artigo tem por objetivo explicar o porquê da segurança alimentar ser extremamente importante, além de explicar sobre os tipos de insegurança alimentar existentes, desafios e propostas apresentadas.
1. Por que a segurança alimentar é tão importante?
Como dito anteriormente, a segurança alimentar abrange o direito a todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade e em quantidade suficiente.
Além disso, no Brasil, a segurança alimentar é lei, (Lei n° 11.346, de 15 de setembro de 2006), a partir disso já pressupõe-se a importância do tema.
Em vista desta lei, foi possível para milhares de brasileiros saírem da situação de fome, daí a importância da segurança alimentar. No Brasil ainda, para a retirada de pessoas em situação de insegurança alimentar, foram criados programas, dentre eles, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) ou o Programa Cozinha Comunitária.
Entretanto, apesar da existência desses programas, segundo a ONU, em 2021, 828 milhões de pessoas foram afetadas pela fome ao redor do mundo.
2. Quais são as inseguranças alimentares?
Diferentemente da segurança alimentar, a insegurança alimentar reflete um cenário de insuficiência de alimentos em quantidades e qualidade adequadas para a população.
A insegurança alimentar é resultado de diversos fatores, como a escassez, má distribuição e desperdício de alimentos, problemas de abastecimento, desemprego, produção insuficiente, problemas de acessibilidade, e o principal, a desigualdade social.
São três os tipos de insegurança alimentar e serão explicados abaixo:
- Leve: Insegurança quanto à disponibilidade de alimentos;
- Moderada: Quantidade e variedade insuficiente de alimentos, que prejudicam o consumo sob ponto de vista nutricional;
- Grave: Fome ou privação no consumo de alimentos.
3. Desafios e propostas para a segurança alimentar
Dentre os principais desafios para o combate da Insegurança alimentar, temos a questão de problemas no processo produtivo (como em períodos de escassez de água), as mudanças climáticas que ocorrem e até mesmo a perda de fonte de renda de famílias, explosão demográfica e as crises econômicas.
Um grande exemplo que ocorreu e ainda afeta muito a população ao redor do mundo, foi a questão da pandemia de Covid-19, na qual diversas pessoas perderam seus empregos.
Entretanto, algumas medidas tomadas pela ONU que podem ajudar neste combate diário a insegurança alimentar, são:
- Diminuição do desperdício de comida (Para saber mais, confira nosso texto sobre Data de Validade e Desperdício de Alimentos) ;
- Ajudar pequenos agricultores e focar em sistemas econômicos locais;
- Desenvolvimento de projeções de vulnerabilidade e análises;
- Fornecimento de alimentos em crises humanitárias
- Programas que ajudem pessoas em situações de vulnerabilidade.
4. Conclusão
Observa-se que o tema de segurança alimentar, apesar de primeiramente apresentado a mais de 100 anos atrás, ainda é uma discussão muito atual e relevante.
Além disso, graças a esse termo foi possível a criação de leis e programas para a retirada de milhares de pessoas de uma situação de miséria e vulnerabilidade.
O combate à insegurança alimentar, ainda que exista, enfrenta diversas dificuldades para alcançar o maior número possível de indivíduos em situação de fome, por isso, é imprescindível a criação de diversas propostas que alcancem diversos nichos populacionais.
5. Referências
(1) Cinco atitudes e ações da ONU para acabar com a fome. Nações Unidas. Disponível em: https://news.un.org/pt/story/2018/10/1643882
(2) Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Gov.br. Disponível em: https://www.gov.br/cidadania/pt-br/acesso-a-informacao/carta-de-servicos/desenvolvimento-social/inclusao-social-e-produtiva-rural/sistema-nacional-de-seguranca-alimentar-e-nutricional
(3) Lei n° 11.346 de 15 de setembro de 2006. Gov.br. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11346.htm
(4) KEPPLE, Anne Walleser; SEGALL-CORRÊA, Ana Maria. Conceituando e medindo segurança alimentar e nutricional. Ciência & Saúde Coletiva, v. 16, p. 187-199, 2011.
Autores:
Giovanna Gualtieri Garcia – https://www.linkedin.com/in/giovanna-gualtieri-2335401aa
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